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Conheça a Noz-pecã, seus benefícios para o corpo e sua composição nutricional. Tenha informações de conhecmento científico

Atualizado: 7 de jan.

Figura 1. Noz-pecã


TÓPICOS

*Introdução

*Classificação botânica

*Funções nutricionais no organimo

*Tabela de composição nutricional

*Referências científicas


INTRODUÇÃO


A nogueira-pecã (Carya illinoinensis) é uma frutífera cultivada predominantemente nas regiões temperadas do Hemisfério Norte. É uma espécie caducifólia, de porte alto e de grande longevidade produtiva (Stein et al., 2012), podendo superar mais de 100 anos em produção. Nativa dos Estados Unidos e México, sua popularização impulsionou o cultivo em vários países de diferentes continentes, como na Ásia, África do Sul, Austrália, incluindo a América do Sul, com destaque para Uruguai, Argentina, Peru e Brasil (Sparks, 1991; Wells, 2017).

 

Atualmente, a noz-pecã vem sendo produzida em mais de 57 países no mundo (Noperi-Mosqueda et al., 2020), a maior parte da área plantada no mundo situa-se na América do Norte, principalmente nos EUA e México, com aproximadamente 170 mil e 145 mil hectares plantados, respectivamente (International Nut and Dried Fruit Council Foundation, 2020). Ambos correspondem a 91% da produção mundial, enquanto o valor remanescente se distribui nos continentes africanos, australiano e sul-americano.

No Brasil, a nogueira-pecã foi introduzida em 1870 no Estado de São Paulo, pelos imigrantes norte-americanos, mas foi somente por volta 1960-1970 que a cultura passou a ser explorada comercialmente, desde o Estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul (Raseira, 1990), especialmente pela adaptação às condições de clima temperado e subtropical de altitude, com regime de frio adequado às exigências das plantas (Martins et al., 2018).


A partir de 2000, com base na demanda mundial, iniciou-se um novo ciclo de expansão do cultivo no Brasil, novos plantios e até mesmo a recuperação de pomares abandonados vem ocorrendo no Sul do Brasil (Bilharva et al., 2018), onde se destaca o estado do RS, principal produtor, seguido de SC e PR (IBGE, 2021).


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA


A nogueira-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh.) K.Koch] pertence à família Juglandaceae, a mesma da noz-europeia (Juglans regia L.), que abrange 8 gêneros e 60 espécies de árvores ou arbustos polinizados pelo vento e nativos das Américas, Ásia e Europa, sendo uma das 18 espécies atualmente reconhecidas no gênero Carya (Stone, 2020). As nogueiras-pecã são árvores deciduais, podendo superar os 40 m de altura. Embora seja uma espécie monoica com flores unissexuadas, a maioria das variedades são de fato conduzidas como dioicas, evitando a autopolinização, de forma a incrementar a variabilidade genética, qualidade e rendimento da produção (Thompson; Romberg, 1985).


Figura 2. Nogueira - Juglans regia


FUNÇÕES NUTRICIONAIS NO ORGANISMO


As nozes são ricas em gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, fósforo, vitamina E, magnésio, potássio e arginina, bem como polifenóis e fibras nas peles (Barbour et al., 2014). Estudos epidemiológicos prospectivos têm consistentemente relatado benefícios cardiovasculares associados ao consumo regular de nozes (Kelly et al., 2006). Esse benefício tem sido associado a vários mecanismos propostos, incluindo alteração do metabolismo do colesterol, levando à melhora do perfil lipídico, redução do estresse oxidativo, aumento da beta oxidação e redução da inflamação vascular, o que promove a saúde vascular Kim et al., 2017). Uma revisão sistemática e metanálise mostrou que o maior consumo de nozes está associado a um menor risco de mortalidade por todas as causas de doenças cardiovascular (Mayhew et al., 2015).

 

Nas recentes Diretrizes Dietéticas para Americanos (USDA, s.d.), o Comitê concluiu que um alto consumo de nozes, entre outros alimentos saudáveis, está claramente associado a resultados benéficos para a saúde (Dietary Guidelines for Americans, 2015). Embora exista uma preocupação com o consumo de nozes devido à sua alta densidade energética, dados atuais indicam que o consumo de nozes não está relacionado ao aumento do peso corporal (Rajaram e Sabaté, 2006; Flores-Mateo et al., 2013; Tan et al., 2014) em determinadas situações. Nos EUA, embora 14,4% dos homens e 11,8% das mulheres consumam mais do que a quantidade diária recomendada pelo FDA de 43 g (1,5 oz) de nozes, cerca de 60% da população não consome nozes em um determinado dia, e essa proporção aumenta para até 70% entre negros e hispânicos (Nielsen et al., 2014).


TABELA DE COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL


Tabela 1. Amendoim, grão, cru. Composição nutricional por 100 gramas de alimento: Centesimal, minerais, vitaminas e colesterol. (TBCA).

Umidade (%)

Energia (kcal) (kJ)

Proteína (g)

Lipídeos (g)

Colesterol (mg)

Carboidratos (g)

Fibra Alimentar (g)

Ácidos graxos saturados (g)

6,25

(Kcal 649) (Kj 2681)

14,0

59,4

0,00

11,1

7,25

5,60

Ácidos graxos monoinsatu-rados (g)

Ácidos graxos poliinsaturados (g)

Ácidos graxos trans (g)

Cinzas (g)

Cálcio (mg)

Magnésio (mg)

Manganês (mg) 

Fósforo (mg) 

8,70

44,1

NA

2,06

105

152

4,05

396

Ferro (mg) 

Sódio (mg) 

Potássio (mg) 

Cobre (mg) 

Selênio (mcg) 

Zinco (mg) 

Tiamina (B1) (mg) 

Riboflavina (B2) (mg) 

2,04

4,57

533

0,75

7,80

2,06

0,38

tr

Niacina (B3) (mg) 

Piridoxina  (B6) (mg)

Cianocobala-mina (Vitamina B12) (mcg)

Vitamina C (mg)

Vitamina A (RE) (mcg)

Vitamina A (RAE) (mcg)

Alfa-tocoferol (Vitamina E) (mcg)

Vitamina D (mcg)

1,08

0,13

0,00

tr

12,9

6,46

NA

0,00


***Abreviações: g: grama; µg: micrograma; kcal: kilocaloria; kJ: kilojoule; mg:miligrama; NA: não aplicável; Tr: traço. Em relação a quantidade traço, destina-se a valores bem pequenos, como nanograma.


REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS


STEIN, L. A.; MCEACHERN, G. R.; NESBITT, M. L. Texas pecan handbook. Texas: Texas A&M AgriLife Ext. College Station, 2012. 200 p.

 

SPARKS, D. Geographical origin of pecan cultivars influences time required for fruit development and nut size. Journal of the American Society for Horticultural Science, v. 116, n. 4, p. 627-631, July, 1991.

 

NOPERI-MOSQUEDA, L. C.; SOTO-PARRA, J. M.; SANCHEZ, E.; NAVARRO-LEÓN, E.; PÉREZ-LEAL, R.; FLORES-CORDOVA, M. A.; YÁÑEZ-MUÑOZ, R. M. Yield, quality, alternate bearing and long-term yield index in pecan, as a response to mineral and organic nutrition. Notulae Botanicae Horti Agrobotanici Cluj-Napoca, v. 48, n. 1, p. 342-353, Jan./Mar. 2020

 

INTERNATIONAL NUT AND DRIED FRUIT COUNCIL FOUNDATION. Nuts and dried fruits global statistical review 2018/2019. Disponível em: https://www.nutfruit.org/. Acesso em: 30 Dez. 2023.

 

RASEIRA, A. A cultura da nogueira pecã (Carya illinoensis). Pelotas: Embrapa-CNPFT, 1990. 3 p. (EMBRAPA-CNPFT. Comunicado técnico, 63).

 

MARTINS, C. R.; CONTE, A.; FRONZA, D.; FILIPPINI ALBA, J. M.; HAMANN, J. J.; BILHARVA, M. G.; MALGARIM, M. B.; FARIAS, R. de M.; DE MARCO, R.; REIS, T. Situação e perspectiva da nogueira-pecã no Brasil. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2018. 31 p.

 

BILHARVA, M. G.; MARTINS, C. R.; HAMANN, J. J.; FRONZA, D.; DE MARCO, R.; MALGARIM, M. B. Pecan: from research to the brazilian reality. Journal of Experimental Agriculture International, v. 23, n. 6, p. 1-16, 2018.

 

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Produção agrícola municipal: tabela 1613 - área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das lavouras permanentes. [Rio de Janeiro, 2012]. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1613. Acesso em: 30 Dez. 2023.

 

STONE, D. E. Juglandaceae. In: FLORA OF NORTH AMERICA. Disponível em: http://www.efloras.org/florataxon.aspx?flora_ id=1&taxon_id=10460. Acesso em: 30 Dez. 2023.

 

THOMPSON, T. E.; ROMBERG, L. D. Inheritance of heterodichogamy in pecan. Journal of Heredity, v. 76, n. 6, p. 456-458, Nov. 1985.

 

Mayhew, AJ; De Souza, RJ; Meyre David; Anand, SS; Mente Andrew. A systematic review and meta-analysis of nut consumption and incident risk of CVD and all-cause mortality. British Journal of Nutrition, 28 Jan. 2016; Volume 115, edição 2, pp. 212 – 225 DOI: https://doi.org/10.1017/S0007114515004316. Acesso em: 30/12/2023

 

Barbour, JA; Howe, rp; Buckley, JD; Bryan Janet; Coates, AM. Nut consumption for vascular health and cognitive function. Nutrition Research Reviews, 27 Jun. 2014; Volume 1, pp. 131 – 158 DOI: https://doi.org/10.1017/S0954422414000079. Acesso em: 30/12/2023

 

Kelly, JH; Sabaté J. Nuts and coronary heart disease: an epidemiological perspective. British Journal of Nutrition, Nov. 2006; Volume 96, edição 2, pp. 61 – 67. DOI: https://doi.org/10.1017/BJN20061865. Acesso em: 30/12/2023

 

Kim, Y; Keogh, BJ; Clifton, MP; Benefits of Nut Consumption on Insulin Resistance and Cardiovascular Risk Factors: Multiple Potential Mechanisms of Actions. Nutrients, 2017, volume 9, edição 11, p. 1271; https://doi.org/10.3390/nu9111271. Acesso em: 30/12/2023

 

USDA Scientific Report of the 2015 Dietary Guidelines Advisory Committee. Disponível em: https://advances.nutrition.org/. Acesso em: 30/12/2023

 

Rajaram S; Sabaté J. Nuts, body weight and insulin resistance.British Journal of Nutrition , Nov. 2006. Volume 96 , Edição 2, pp. 79 - 86. DOI: https://doi.org/10.1017/BJN20061867. Acesso em: 30/12/2006

 

Flores-Mateo G, Rojas-Rueda D, Basora J, Ros E, Salas-Salvadó J. Nut intake and adiposity: meta-analysis of clinical trials. Am J Clin Nutr. Jun. 2013; volume 97, edição 6, pp, 1346-55. doi: 10.3945/ajcn.111.031484. Acesso em: 30/12/2023

 

Tan SY, Dhillon J, Mattes RD. A review of the effects of nuts on appetite, food intake, metabolism, and body weight. Am J Clin Nutr. Jun. 2014; Volume 100, edição 1; pp, 412-22. doi: 10.3945/ajcn.113.071456. Acesso em: 30/12/2023

 

Nielsen, S. J., Ph, D., Div, M., Kit, B. K., Ogden, C. L. and Ph, D. (2014). Nut Consumption Among U.S. Adults. 2009–2010. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=en&lr=&id=CzGh00UDjIkC&oi=fnd&pg=PA7&ots=UzyZROtUnz&sig=3WFWsHby2lYtSIr2I6xfR0X7dUQ&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 30/12/2023


Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food Research Center (FoRC). Versão 7.2. São Paulo, 2023.Disponível em: https://www.tbca.net.br/base-dados/int_composicao_alimentos.php?cod_produto=BRC0020T. Acesso em: 31/12/2023.

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